sexta-feira, 3 de outubro de 2014

[Resenha] O menino que chovia, de Cláudio Thebas

O projeto gráfico e a linguagem poética são os primeiros atrativos de O menino que chovia. A história narra a trajetória de um menino que "por qualquer coisa, coisinha" relampejava de nervoso. Por não ter um nome próprio, a identificação com o personagem acontece de forma natural, uma vez que as atitudes do garoto podem minhas ou suas.

A questão da alimentação também vem à tona: é mesmo necessário torcer o nariz para tudo o que vemos no prato?! Sem usar a palavra "choro" ou verbo "chorar", o autor leva as crianças a refletirem sobre a sua postura nesse sentido - de uma maneira divertida, sem sermão.

A obra é interessante não apenas por ensinar as crianças que não vale a pena ficar só reclamando de tudo, como serve de alerta aos pais que sedem a todas as vontades de seus filhos. A chatice e consequência destes comportamentos são expressas por meio da metáfora que os compara à dias chuvosos.

A solução - genial - para o problema surge de forma planejada e é fruto do trabalho em equipe familiar. Quando todos se reúnem para acabar com a chuvarada, a narrativa nos demonstra o quanto é importante a construção coletiva de ideias e a união dos membros da família.

O menino que chovia é uma leitura gostosa porque nos leva a dias mais ensolarados!

Livro: O menino eu chovia
Autor: Cláudio Thebas
Ilustrações: Iran Zigg
Páginas: 32
Editora: Companhia das Letrinhas
Sinopse: Quem não conhece o menino que leva a bola do jogo para casa quando seu time está perdendo? E aquele que faz careta quando vê um prato de sopa ou torce o nariz quando a mãe põe na mesa a salada que faz tanto bem à saúde? Pois o protagonista desta história era assim, só que ia muito além da cara feia: quando contrariado, quando ouvia um não, ele chovia. E não era qualquer chuvinha, não. Era temporal, tempestade, com raios e trovões de verdade. O pai, a mãe, os avós, a empregada, ninguém sabia o que fazer, ficavam todos apavorados, e todos tentando de tudo para o menino parar de chover. Um dia veio a gota d'água: ele simplesmente inundou a casa, e o que aconteceu é que a calamidade acabou sendo providencial. Foi ali, no meio da inundação, que os adultos encontraram a solução para o aguaceiro, para ajudar o menino mimado a ver o mundo com outros olhos e deixar a chuva só para os dias em que acordava muito mal-humorado. Cláudio narra a história do menino das lágrimas sem usar em nenhum momento o verbo "chorar" ou o substantivo "choro". Ágil, divertida, sua narrativa em versos revela com sutileza todo o jogo de contradições emocionais que agita o cotidiano das personagens. O enredo se arma como uma seqüência de cenas curtas e expressivas, o que pode inspirar, em sala de aula, um bom exercício de teatralização.
Livro no skoob.

Sobre a Autora:

Fernanda Rodrigues é bacharela em Letras (Português e Inglês) e licenciada no curso de Formação de Professores da USJT. Além de ser professora de Língua Inglesa, é louca por assuntos que envolvam a Literatura, as demais artes e o processo de ensino e aprendizagem. Escreve no Algumas Observações e no Teoria, Prática e Aprendizado.

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