Primeira obra de David Roas publicada no Brasil, este livro reúne seis ensaios escritos por ele entre 2001 e 2011, que apresentam sua própria concepção acerca do fantástico. Escritor alinhado ao gênero, Roas exerce aqui o papel de crítico, para o qual o fantástico, mais que um gênero, é uma categoria estética, pois transborda da literatura para as artes em geral – cinema, teatro, quadrinhos, games e demais formas que espelhem o conflito entre o real e o impossível, característico do fantástico.
De acordo com Roas, o fantástico dependerá sempre do que seja considerado real e o real, do conhecido, pois o leitor precisa contrastar o fenômeno sobrenatural com a concepção de realidade. Em meados do século 18, quando despontou na literatura, o gênero representaria uma espécie de contraponto ao racionalismo iluminista: o culto à razão desbanca a fé no sobrenatural e o torna inofensivo, algo com que se pode “brincar literariamente”. Hoje, segundo o autor, os artistas encontram inspiração nas ciências, que desvendam fenômenos diversos para teóricos, escritores, leitores, possibilitando novas abordagens do real e do fantástico.
Roas reconstrói e analisa a trajetória do gênero, conceituando-o e delimitando-o, além de tratar de questões teóricas sobre sua definição. Ele percorre outros autores clássicos que também debateram o tema, como Todorov e Irène Bessière, e apresenta como exemplos de suas revisões e indagações teóricas, obras de autores contemporâneos, como Borges, Cortázar e Poe, abrindo caminhos para uma discussão mais ampla e densa sobre o fantástico.
Sobre o autor
David Roas nasceu em Barcelona, Espanha, em 1965. Escritor e crítico literário, é professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade Autônoma de Barcelona. Mundialmente reconhecido como especialista em literatura fantástica, escreveu livros de ficção como Celuloide sangriento (1996) e La estrategia del koala (2013). Na esfera ensaística, publicou Teorías de lo fantástico (2001), De la maravilla al horror: los orígenes de lo fantástico en la cultura española – 1750- 1860 (2006), entre outros.
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