terça-feira, 19 de junho de 2012

[Resenha] O Filho de Netuno, de Rick Riordan


A vida de Percy Jackson é assim mesmo uma grande bagunça de deuses e monstros que, na maioria das vezes, acaba em problemas. Filho de Poseidon, o deus do mar, um belo dia Percy desperta sem memória e acaba em um acampamento de heróis que não reconhece. Agarrado à lembrança de uma garota, só tem uma certeza: os dias de jornadas e batalhas não terminaram. Percy e seus novos colegas semideuses vão enfrentar os misteriosos desígnios da Profecia dos Sete. Se falharem, as consequências, é claro, serão desastrosas.
Assim como todo fã de Rick Riordan fiquei ávida para ler o livro, tanto que deixei mais uma parte do meu salário na livraria em que trabalho e comecei logo a leitura. Queria ver como Percy tinha se saído no lugar de Jason Grace. 

A receita é simples: junte um trio formado por dois garotos – um bobalhão, mas com grande potencial, outro cheio de problemas – e uma garota extremamente bonita e inteligente (mesmo que ela tenha morrido uma vez). Coloque um pouco de história das mitologias gregas e romanas, algumas aventuras perigosas, jogue tudo em um livro e estão prontas as obras de Rick Riordan. Temos, apesar da receita simples e repetitiva, uma história que não cai na mesmice de jeito nenhum – e, ai sim, pontos e palmas para o autor. 

Em O Filho de Netuno, Rick Riordan deixa os seus leitores extasiados e sem fôlego! (Pelo menos me deixou assim.) O livro é completo: início, meio e fim e, como toda história de Riordan, um início cheio de aventuras que já deixa o leitor ligado, mas dessa vez só o início... 

Em minha opinião, O Filho de Netuno começa com um ritmo alucinante, depois começa a ficar chato em alguns capítulos, o ritmo cai e a empolgação vai embora. Confesso que a obra demorou um pouco mais do que eu esperava para me cativar – diferente de O Herói Perdido, que nas primeiras linhas eu já estava quase correndo louca pela casa. 

Fiquei com saudade dos deuses gregos. Talvez tenha sido essa a principal estranheza para mim. Mas, a partir do capítulo 28, a história toma um rumo delicioso e, deste ponto em diante, o leitor para e pensa: “esse SIM é o Rick Riordan que conheço”. Muita ação, muitas lutas, muitos diálogos inteligentes e engraçados, muitos monstros que só existem na vida de semideuses, situações inusitadas e batalhas de tirar o fôlego. Depois desse capítulo não consegui mais largar o livro, fiquei vidrada e compreendi por que eu amo tanto a narrativa de Riordan.

Diferente da série Percy Jackson e os Olimpianos, Os Heróis do Olimpo é toda narrada em terceira pessoa, e cada capítulo corresponde aos pensamentos e ações dos personagens. Em O Filho de Netuno, segundo livro da saga, conhecemos os dois novos amigos de Jackson: Hazel e Frank e revemos personagens antigos como Tyson, srta. O’Leary e Nico di Angelo. As novas personagens introduzidas na saga são muito bem trabalhadas e desenvolvidas, crescendo à medida que a história cresce. 

É impossível não se apaixonar pro Frank – que quase tomou o posto de Percy como meu personagem favorito – ao acompanhar todo o seu drama familiar e seu medo, assim como não tem como não achar Hazel uma personagem forte. Acredito que de todas as histórias, a de Hazel é a mais interessante! A garota passou por maus bocados mesmo e se eu falar mais alguma coisa vou soltar spoiler. A maneira como o autor ambienta toda a história para os dias atuais é algo muito interessante: ele usa grandes marcas famosas no mundo inteiro para camuflar os deuses ou semideuses e heróis. 

A jogada é interessante e válida! Isso faz com que a obra se torne bem mais verossímil. Já parou para imaginar um deus consultando seu iPad para buscar informações ou em uma conferência no Skype com outro deus? A narrativa é de fácil compreensão – uma das caraterísticas da literatura infantojuvenil – levando o leitor a se envolver rapidamente com trama. A escrita é leve e tem alguns diálogos engraçados, o que reforça ainda mais a característica do autor. 

Uma coisa que para mim foi nova, foi uma leve critica a sociedade contemporânea: destruição da natureza, a terra se revoltando contra o homem, isso não nos soa familiar? O Filho de Netuno é uma obra muito boa e põe em cheque, de uma forma nada sutil, valores como amizade, lealdade e amor. 

Uma obra rica em seu gênero literário, em toda a sua forma e conteúdo. Por tudo isso, eu não vejo a hora de saber o resultado final dessa aventura. 

Título original: The Son of Neptune  
Autor: Rick Riordan 
Editora: Intrínseca  
Série: Os Hérois do Olimpo 
Tradução: Raquel Zampil 
Páginas: 426

Sobre a Autora:
Ana Caroline Ana Caroline é estudante de Letras Português Francês na Universidade Federal de Sergipe. Adora ler, é apaixonada por séries da Literatura de Fantasia e espera desenvolver um trabalho de pesquisa sobre esse tema na faculdade. Trabalha em uma livraria, onde o contato diário com os livros levou a desejar criar esse blog. Escreve no Loucuras de Caroline.

2 comentários:

  1. Me sinto um ET por nunca ter lido nada do Rick. O_o Pela sua resenha o cara é um gênio. Ai, senhor. Ele tem milhares de livros. Vou falir. HAHAHAHHAHA

    Beijos

    Gleice
    www.murmuriospessoais.com

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  2. Gleice,

    Pior que ele é GÊNIO! hahahaha
    Ele é muito bom no que faz, pelo menos no assunto mitologia grega/romana para jovens. Seria pretensão minha dizer que aprendi mais com ele do que na escola????
    Pois acredite, aconteceu ahahahaha

    E se for pra começar, comece com Percy Jackson ;)
    Beijoo!!

    Ana Caroline
    www.nossocdl.blogspot.com

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