Indicações da semana #17

Olá,

Depois de tanto tempo a nossa coluna está de volta, e na nossa indicação de leitura essa semana é bem eclética, tem desde chick-lit a livros com uma exploração emocional maior. Vamos a eles?

1 – Uma cama para três, Carmen Reid. 

Nunca gostei muito de chick-lit, mas esse eu comecei a ler sem pretensão alguma – e vocês terão resenha dele logo – resultado: adorei! A história é muito fofa e divertida. Eu gostei muito da leitura, a história é tão envolvente e os personagens são maravilhosos (Quero muito um Don para mim). 

Bella é uma executiva de sucesso, com seus 28 anos já tem um Mercedes, só usa roupas de grife e tem uma beleza contagiante. Divide seu tempo corrido entre o trabalho, saídas em pubs com os amigos e seu marido Don. Ele já está beirando os 40 anos, mas com charme e galanteador, ambos se conheceram em uma festa e foi amor a primeira vista. Três meses depois estavam morando juntos e preparando o casamento. Um ano após se casarem Bella está com uma vontade estranha para as executivas londrinas, quer ter um filho. Com dinheiro, conforto, um belo emprego, carro e roupas poderiam fazer Bella não querer mais nada. Só que sua cabeça e corpo não param de dizer que precisa ter um filho, isto a leva a um plano estratégico que convença o marido de que um bebê seria o melhor investimento de suas vidas. Mas... o plano falha e a gravidez acontece.

2 – Aos meus amigos, Maria Adelaide Amaral. 

Garimpei esse livro nos estoques da livraria, e ele estava tão barato que não resisti e comprei. Além do mais, ele foi à obra que deu origem a uma das séries produzida pelo Globo: “Queridos Amigos”. Esse livro trata da amizade de uma forma tão real, tão clara e é muito emocionante. 

'Aos meus amigos' tem como tema central um dos principais da literatura de todos os tempos - a amizade. A amizade, porém, se aqui rima com 'fraternidade e solidariedade', não rima necessariamente com felicidade. A história do romance, baseada em fatos reais da vida da autora, se articula em torno de um leito de morte. Na verdade, de um leito de suicídio, o do escritor e publicitário Leo (inspirado em Décio Bar, amigo da escritora, a quem o romance é dedicado). É o seu suicídio que, no agitado ano de 1989, mobilizará a retomada da 'velha turma', que vivera intensamente os ideais da esquerda nos anos da ditadura militar brasileira (1964-1985). Um reencontro feito também de desencontros, inclusive políticos. Após o suicídio de Leo, seus amigos reúnem-se para velar o corpo e tentar manter viva sua memória, enquanto procuram os originais de um livro que teria deixado. Romance ágil, grandemente baseado em diálogos, mais do que em descrições, os fatos e personagens são, então, construídos e reconstruídos por referências e reminiscências, como nas conversas reais. É a palavra falada, enfim, que reina no romance, assim como na vida.

3 – Uma história a três, Jennifer Egan 

Eu não conhecia essa obra da Egan, até que um dia eu estava correndo pelas estantes da livraria e dei de cara com ele, fiquei boba e ele estava de – pasmem – R$ 9,90. Alguma dúvida que comprei? Não! Comprei mesmo, mas ele é para presente para a Fernanda (eu vou conhecer a Fernanda próxima semana, ê!). A história é muito sensível, e a narrativa da Egan é algo fantástico, fabuloso! A mulher sabe escrever, sabe do que fala e faz isso magicamente bem. 

Em 1978, a adolescente Phoebe O'Connor resolve viajar para a Europa, refazendo os passos da irmã hippie Faith, que viajou pela Europa nos anos 70 com o namorado. Ambas jornadas começam em São Francisco, EUA, mas Faith termina sua viagem de forma dramática, morrendo misteriosamente em Portugal, onde Phoebe se sente pronta para retornar para casa. Durante sua viagem, a irmã mais velha manda cartões-postais para a família. Depois de sua morte, Phoebe passa a ler e reler os postais, procurando provas da morte de Faith, esperando, assim, solucionar o mistério. A jornada passa por Paris, Amsterdã, Berlin e, finalmente, a costa de Portugal. 

Essas são as indicações de hoje! Espero que gostem e próxima semana tem mais.