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Ainda que os outros povos, como o reino de vidro e aço de Maw, tenham desenvolvido a mais alta tecnologia, a sabedoria da natureza criou uma barreira de gás que mata qualquer um que não seja da cidade – por isso, se você se perguntou porque Arborium não fora destruída e sua madeira roubada, esta é a resposta: o gás que a protege.
A narrativa, entretanto, começa, quando um pequeno garoto de 14 anos, Arktorious Malikum, está trabalhando desentupindo os canos da casa de um dos conselheiros do rei de Arborium, Grasp, e ouve uma conspiração entre tal conselheiro e Lady Fenestra, do reino de Maw, que derrubaria o monarca arboriano durante o festival da colheita, dali a sete dias. Em desespero pelo o que poderá acontece, Ark acaba sendo descoberto e, então, começa a sua saga na fuga contra os conspiradores e na tentativa de chegar até o rei e lhe dizer a verdade.
Nestas primeiras páginas somos levados a pensar nas relações entre um governo e o seu povo. A desigualdade social não existe apenas no Brasil, mas também no reino de Arborium, uma vez que a segregação é nítida desde a infância, já que as crianças ricas continuam seus estudos e as pobres para de estudar, para trabalhar. A profissão, no caso das famílias pobres, é passada de pai para filho, como acontece na família de Ark – que é muito pobre e tem uma profissão muito desvalorizada.
Andrew Peters Créditos da imagem: Ravenwood |
Ao longo da narrativa, Ark dribla a morte inúmeras vezes, por isso, a figura dos corvos, que em Arborium são aves extremamente desenvolvidas: grandes, com bicos tão afiados lâminas e garras tão prontas para servirem de prisão e navalhas. Os corvos, que se atraem pelo sangue e se alimentam da carne morta são peça fundamental no desenvolvimento da narrativa e têm um território só para eles, além das montanhas, em que vivem sob a companhia e proteção de Corvena, a rainha dos corvos. Tanto os animais, quanto a soberana, são de vital importância na vida de Ark, mas ele só descobre tudo isso quando a natureza assim o permite.
Este livro traz vários elementos pessoais de seu autor: assim como Flô e os demais mineradores, Andrew Peters também tem mais de dois metros de altura e desde pequeno, gosta de escalar as árvores. O amor que o escritor devota à natureza – e, consequentemente, às árvores –, é nitidamente transposto no amor que Ark tem pelo seu país. Nota-se também que Peters gosta da cultura latina e, por isso, coloca na obra referências relacionadas a este repertório cultural: além do nome do país e da personagem principal terem desinências que remetem ao Latim; a deusa Diana, venerada pelo de Arborium, é a mesma cultuada na Roma antiga.
De modo geral, Floresta dos Corvos é uma delícia de ser lida e, como acontece com quase toda literatura infanto-juvenil, é recomendada não apenas para as crianças, mas para todos os adultos! A história cresce, conforme Ark amadurece, ganha consciência e forças. E nós, enquanto leitores, aprendemos e crescemos junto com ele! Não há como não se apaixonar!
Andrew Peters com a edição brasileira de Floresta dos Corvos. Créditos da imagem: Ravenwood |
Título original: Ravenwood
Autor: Andrew Peters
Tradução: Raquel Zampil
Editora: Intrínseca
Páginas: 384
Sinopse: Ark é um aprendiz de encanador de quatorze anos que mora na copa de uma das últimas árvores que restam no mundo, no país de Arborium. O ofício o obriga a transitar por lugares que pessoas comuns não visitariam, e é enquanto está ocupado com o vaso sanitário de um político poderoso que o garoto entreouve a conversa de conspiradores que pretendem destruir a região. Flagrado pelos malfeitores, ele parte em uma corrida desesperada, do galho mais alto às mais sombrias raízes do arvoredo, até a temida Floresta dos Corvos, onde talvez esteja sua única chance de salvar seu lar, seu povo e, é claro, a própria vida.
Lady Fenestra, uma perversa enviada de Maw - o império inimigo feito de vidro e metal -, planeja tomar as ricas árvores de Arborium e transformá-las em matéria-prima, usando os pacíficos dendrianos como nada mais que escravos de seu plano maligno. Agora, o futuro de Arborium e de seus moradores depende de Ark, e ele não só terá de enfrentar os traidores, mas também decifrar as lendas ancestrais de seu povo.
Clique aqui para visitar o site de Andrew Peters (em inglês).
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Nota pessoal: Agora estou esperando ansiosamente que a Intrínseca publique a continuação aqui no Brasil (espero que a editora faça isso). O título original do próximo lívro é The glass florest e foi publicado na Inglaterra agora em agosto. Tenho certeza que será mais uma narrativa eletrizante!
Sobre a Autora:
Fernanda Rodrigues é bacharela em Letras (Português e Inglês) e estudante do curso de Formação de Professores na USJT. Além de ser professora de Língua Inglesa, é louca por assuntos que envolvam a Literatura, as demais artes e o processo de ensino e aprendizagem. Escreve no Algumas Observações, no Escritos Humanos, no Teoria, Prática e Aprendizado e no Barbie Nerd. |
Amei sua resenha e confesso que fiquei apixonada pela capa do livro.
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler o livro e depois que li sua resenha e fiquei sabendo um pouco mais sobre a história, minha vontade aumentou mais e mais.
Bjos..
Dany, a capa é linda e segue o padrão da versão original :)
ExcluirQuanto à história, vale a pena, principalmente pelo final! :D
Beijos, e obrigada pela visita!
Ah! Eh muito legal ve uma pessoa como a Fe, que nao se rende tao facil a Literatura Fantastica e suas vertentes, fazendo uma resenha tao espetacular e tao apaixonada como essa.
ResponderExcluirEu ja estou/sou apaixonada por essa obra! A capa eh linda e a diagramaçao tbm!
Resenha otima!
Cah, eu gosto de literatura bem feita. AMO literatura infantil e adoro Harry Potter - que tem mto de fantástico! - então, não entendo o motivo da sua surpresa!
ExcluirDe fato, a edição brasileira é tão bem feita que o próprio autor elogiou dizendo: "Here is the Brazilian edition of Ravenwood - very nice production quality with fold out flaps and a slightly cream tinted paper. I love the smell of a fresh book! Hope they like it in Brazil!"
Um beijo!
Fê :*
Com esse negócio de vampiro e lobo eu já tô enjoada mais pela resenha dá pra ver que é diferente do que eu imaginava. AMO literatura infantil e a resenha tá ótema Fernanda! adorei! mais um livro na minha lista de desejáveis! :P
ResponderExcluirNada de vampiros e lobos! Graças a Deus! :D
ExcluirVc vai gostar, Lu! :)
:*
O que me chamou atenção primeiro foi a capa do livro que achei linda, depois fui atrás de saber do que se tratava e amei tudo , quero ler logo, achei muito difrente dos que estou acostuma a ler.
ResponderExcluirGostei da sua forma de escrever a resenha e poder saber um pouco mais da história.
Parece bem interessante. A história é bem diferente, a capa é linda e adorei a mistureba.
ResponderExcluirnossa, para um livro um pouco tenso não achava que seria indicado para crianças, gostei da premissa do livro, e espero ler em breve. parabéns pela resenha
ResponderExcluirA capa do livro é linda, estou apaixonada amei a resenha. Quero ler Floresta dos Corvos em breve.
ResponderExcluirA estória pareceu bem interessante, no melhor estilo distopia, com um enredo que provavelmente daria um bom filme.
ResponderExcluirhttp://editoraselivros.blogspot.com.br/
Obs.: Desculpe se estou sendo intrometida, mas se retirar a verificação de palavras dos comentários do seu blog, ele vai lotar de comentários como você nunca leu antes!!! Às vezes dá erro e muitas pessoas deixam de comentar por isto.
Um Infanto-juvenil bem escrito e que respeita a inteligência de seu público alvo certamente é leitura indicada para qualquer pessoa, já comecei a me apixonar pelo livro pelo título e sua resenha só fez esse desejo de ler se acentuar mais.
ResponderExcluirPrimeiramente fiquei louca pelo livro por causa da capa, quase comprei um dia mas não levei pois não tinha lido nenhuma resenha sobre ele ainda e não sabia se era bom.
ResponderExcluirAgora que li essa e mais algumas estou confiante de que deve ser uma história muito legal e que vale a pena *-*
Beijos!
http://rollerbladesblog.blogspot.com.br/