[Resenha] Jogos Vorazes - Suzanne Collins

Katniss escuta os tiros de canhão enquanto raspa o sangue do garoto do Distrito 9. Na abertura dos Jogos Vorazes, a organização não recolhe os corpos dos combatentes caídos e dá tiros de canhão até o final. Cada tiro, um morto. Onze tiros no primeiro dia. Treze jovens restaram, entre eles, Katniss. Para quem os tiros de canhão serão no dia seguinte? 

É assim que somos saudados na orelha do livro Jogos Vorazes (The Hunger Games), da autora americana Suzanne Collins. Alguns amigos já haviam me dito que o livro era bom. Entretanto, relutei um pouco por um motivo: toda a história é narrada em primeira pessoa do presente e isso é absolutamente estranho para mim. Mesmo assim, aceitei o desafio e Collins me surpreendeu. 

A história do livro se passa em uma América destruída, que na obra se chama Panem, dividida em 13 distritos e uma Capital autoritária. Um desses distritos, o 13, foi dizimado ao conflitar com os interesses da Capital e acabou sendo destruído. Como forma de continuar implantando o controle sob os cidadãos, os líderes de Panem resolvem criar os Jogos Vorazes, onde cada distrito tem o dever de levar dois tributos (jovens a partir dos 12 anos que são chamados para os jogos) para lutarem até a morte. São 24 tributos, mas apenas um pode voltar pra casa com vida. 

Somos, então, apresentados a Katniss Everdeen, uma jovem de 16 anos moradora do Distrito mais pobre, o 12. Ela é responsável pelo sustento da família – mãe e irmã – desde que o pai morreu na explosão da mina onde trabalhava. Na 74ª edição dos Jogos, Prim – irmã da jovem – é selecionada para participar; e, em uma atitude de desespero e proteção, Katniss se oferece para ir no lugar na irmã. 

Logo nos primeiros capítulos o leitor se vê completamente envolvido na trama com a história de Katniss, chegando até se ver saindo para caçar com ela e seu melhor amigo, Gale. O livro é divido em três partes: a primeira intitulada “Os Tributos” é quando se tem o primeiro contato com Katniss, Prim, Peeta, Haymitch, Gale e outros personagens; a segunda: “Os Jogos” é quando a ação realmente começa. 

Sobre "os jogos", sou ousada em dizer que eu já vi serial killers, mas Suzanne Collins ultrapassa qualquer coisa - nem na minha leitura do último livro de Harry Potter, eu fiquei tão chocada com a quantidade de mortes que acontecem nos primeiros instantes! Os acontecimentos são tão bizarros que fico me perguntando se aquilo é possível. Por fim, a parte final: “o vitorioso” que é a parte mais surpreendente de toda a trama e que dá pano para um próximo livro. 

A narrativa não é a minha forma favorita, porque ela só oferece ao leitor um ponto de vista. Sabemos todos os pensamentos de Katniss, mas não temos ideia de como são as outras opiniões sobre o que acontece. Sendo uma narrativa simples, este é o tipo de livro que você não precisará utilizar um dicionário para entendê-lo. 

Jogos Vorazes é o primeiro de uma trilogia que recebe o mesmo nome. No Brasil, os outros dois livros já foram lançados pela editora Rocco e se chamam Em Chamas (Catching Fire) e A Esperança (Mockingjay). Em Março desse ano, chegará aos cinemas o filme baseado no livro. 

Original: The Hunger Games
Autor: Suzanne Collins
Ano: 2010
Tradução: Alexandre D’alia
Editora: Rocco

Sobre a Autora:

Ana Caroline é estudante de Letras Português Francês na Universidade Federal de Sergipe. Adora ler, é apaixonada por séries da Literatura de Fantasia e espera desenvolver um trabalho de pesquisa sobre esse tema na faculdade. Trabalha em uma livraria, onde o contato diário com os livros levou a desejar criar esse blog. Escreve no Loucuras de Caroline.