sábado, 1 de junho de 2013

[resenha] 72 horas para morrer, de Ricardo Ragazzo

 
72 horas para morrer chegou até nós por meio do booktour coordenado pelo blog 5 das artes. A narrativa nos apresenta a história de Julio Fontana, delegado em uma pequena cidade do interior, que vê a sua vida de cabeça para baixo quando uma série de assassinatos brutais, completamente ligada a ele, começa a acontecer. 

O livro é eletrizante do começo ao fim e essa ação implacável deixa o leitor ligado a mil volts. Porém há um ponto que bastante incômodo: a postura do personagem principal. 

Julio Fontana é o tipo de cara “machão”, que quer sempre as coisas do jeito dele e, quando a situação foge do seu comando, perde o controle – ainda que suas ações se justifiquem no decorrer da trama. Tais comportamentos geram no leitor vontade de matá-lo! Por vezes surge o desejo que ele morra no lugar das outras pessoas. Nota-se certa semelhança entre o protagonista e o Capitão Nascimento, de Tropa de Elite fato que induz os leitores a acreditarem que o autor tenha se espelhado em tal personagem para criar o Julio. Vale ressaltar que cada ação do delegado era premeditada, fazendo com que sua frieza desperte o ódio de quem o conhece logo nas primeiras linhas. 

Por ser o primeiro livro do autor Ricardo Ragazzo, 72 horas para morrer pode-se dizer que a narrativa é bem escrita e elaborada: ele faz uma jogada incrível entre a narração em 1ª pessoa, onde o foco é apenas Júlio Fontana, seus pensamentos e suas ações - que dão um toque cruel a trama -, até nos conduzir a algumas partes narrada em 3ª terceira pessoa - passagens que são capazes de causar arrepios em qualquer um, pois envolve muito o assassino e seus atos. 

Embora novato, é importante falar que o autor não se perde em momento algum. Sabe-se que são poucos aqueles que conseguem balancear dois tipos de narrativas em uma só obra, e Ricardo Ragazzo consegue fazer isso muito bem, sem deixar nada cansativo ou fora do contexto. 

As personagens são muito bem construídas, e a narrativa traz uma breve reflexão, um alerta: por trás de alguém muito bonzinho, existe um demônio avassalador, um mentiroso de verdade. 

Para quem gosta de livros policiais, 72 horas para morrer é uma ótima pedida e, o melhor, é de um autor brasileiro que sabe como fazer um livro eletrizante do início ao fim.

3 comentários:

  1. Tenho muita vontade de ler esse livro.Só vejo comentários bons sobre ele o que faz com que eu fique com mais vontade ainda de o ler.
    Gostei da resenha, sem dúvidas vou gostar bastante do livro.
    Beijos...

    ResponderExcluir
  2. Eu sou fã deste gênero e as resenhas que leio deste livro prometem uma boa leitura. Quero conferir.
    Bjs, Rose.

    ResponderExcluir
  3. Eu fui convidada a participar de um Book Tour com esse livro e já estou louca pra ler, e a sua resenha me fez ter mais ainda vontade de lê-lo.
    Beijoos!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...