A Companhia das Letras traz sete lançamentos nesta semana. São eles:
Mr. Peanut, de Adam Ross (Tradução de Daniel Pellizzari)
Depois de treze anos de casamento, David Pepin não consegue imaginar a vida sem a esposa, Alice. Ainda assim, David fantasia diariamente a morte da mulher: seja atropelada por um trem ou atingida por um raio, ela sempre morre no final. Até que ela de fato morre, engasgada com um amendoim. A polícia acaba suspeitando de David, e dois detetives são enviados para investigar o caso. O programador reservado, que cria jogos de computador baseados na obra de M. C. Escher, terá sua vida virada do avesso pelos policiais. E que casamento resiste a um olhar microscópico? Deprimida, instável e presa em eternas oscilações de peso, Alice vinha se tornando uma estranha ao marido. Um dos detetives se encontra em plena guerra particular com a esposa, que há meses se recusa a levantar da cama. O outro investigador, por seu turno, é obrigado a relembrar o assassinato da própria mulher, do qual ele foi o principal suspeito. Conforme a investigação avança, entra em cena um assassino profissional, que pode ou não ter sido contratado por David para matar a mulher.
Getúlio – Dos anos de formação à conquista do poder (1882-1930), de Lira Neto
Em uma das páginas de seu diário, escrito entre 1930 e 1942, Getúlio Vargas anotou: “Gosto mais de ser interpretado do que de me explicar”. Essa observação parece ser um desafio irônico para quem buscasse entendê-lo, em vida ou ao longo da história. Lira Neto está entre os autores que aceitaram o desafio. Seu livro contribui significativamente para a compreensão do personagem que, para bem ou para mal, foi a maior figura política do Brasil no século XX. Este primeiro volume da trilogia Getúlio vai do nascimento de Vargas a sua ascensão ao poder, no bojo da Revolução de 1930. O estilo jornalístico do autor resulta num texto fluente, que evita, ao mesmo tempo, os recursos fáceis e a banalidade. Com base numa impressionante pesquisa, Lira Neto narra, com brilho e riqueza de detalhes, a história da vida pessoal e da vida pública de Getúlio, dos tempos do Rio Grande do Sul à entrada na cena política da capital da República. http://biografiagetuliovargas.com/
Ulysses, de James Joyce (Tradução de Caetano W. Galindo)
Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com tarefas do dia e, à noite, retorna ao lar. Foi em torno desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do século XX. Inspirado na Odisseia de Homero, Ulysses é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como o Ulisses homérico, Bloom precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar a sua casa, onde sua mulher, Molly, o espera. Para criar esse personagem rico e vibrante, Joyce mistura diversos estilos e referências culturais, num caleidoscópio de vozes que tem desafiado gerações de leitores e estudiosos ao redor do mundo. Leia o post sobre a tradução do livro.
O vermelho e o negro, de Ruy Castro
Uma história do Flamengo para ser lida pelos rubro-negros de todo o país — uma torcida que nasceu na metrópole, espalhou-se por toda a parte e fixou-se até em cafundós a quilômetros de qualquer civilização — e também pelos que, por motivos óbvios, odeiam o Flamengo. Aqui estão as origens de um clube eminentemente carioca que, quando se dedicava apenas ao remo, no século XIX, já ganhou uma identidade brasileira, e, ao incorporar o futebol, em 1912, fez deste um esporte de multidões. Aqui estão os Flamengos da era Zizinho e da era Zico e os que vieram antes e depois, com seus heróis e vilões — jogadores que, no decorrer de noventa minutos, podiam passar de deuses a excomungados e de novo a deuses. Aqui estão a belíssima tradição dos tris cariocas, a série de campeonatos brasileiros e a conquista do mundo em Tóquio. E aqui também estão as narrativas épicas das muitas vezes em que a flama flamenga teve de entrar em ação para buscar as vitórias impossíveis.
O canto das musas, organização de Zélia Cavalcanti
Para ler um poema, basta abrir uma porta. Ela pode ser uma palavra, um ritmo diferente, um tema interessante… O mais importante é saber que cada leitor é único e que, assim, cada experiência de leitura é única também. Este livro pretende abrir muitas portas para todos que estiverem dispostos a dar o primeiro passo, ou virar a primeira página. São poemas clássicos de autores brasileiros e portugueses, analisados de diferentes maneiras, musicados e declamados, com boxes explicativos, uma pequena biografia de cada poeta e um glossário de termos.
Adeus tristeza – a história dos meus ancestrais, de Belle Yang (Tradução de Érico Assis)
Seguindo os passos das grandes narrativas autobiográficas, como Maus, de Art Spieglman, e Persépolis, de Marjane Satrapi, Belle Yang escolheu os quadrinhos para narrar a tumultuada saga de sua família. A partir das disputas e dos embates entre o patriarca dos Yang e seus filhos, a autora pôde revisitar cem anos de história chinesa. O enfoque na intimidade da família ganha contornos épicos, conforme os Yang vivenciam invasão da Manchúria pelos japoneses, a Segunda Guerra Mundial, a grande fome e a subida dos comunistas ao poder. No traço de Belle Yang, que deve tanto à mais tradicional caligrafia chinesa quanto aos quadrinhos contemporâneos, essa saga familiar ganha uma forte carga de poesia. O resultado é uma jornada que capta não apenas as grandes pinceladas da história, mas também os pequenos traços de uma dinastia chinesa.
A bruxinha e o dragão, de Jean-Claude R. Alphen
Vários contos de fadas têm dragões entre os personagens, você já deve ter reparado. Em muitas das histórias, eles guardam princesas que estão presas em torres altíssimas e enfrentam príncipes corajosos que pretendem salvar as suas damas e mostrar o tamanho do seu amor. Esses dragões agem como verdadeiros pais, defendendo as mocinhas e testando seus pretendentes. Na história deste livro, um pai protetor tenta a todo custo atender às vontades da filha, que é muito caprichosa e não vai arredar o pé enquanto não encontrar um dragão de estimação perfeito. Mas, como além de pai ele também é bruxo, a única solução que encontra para tamanho desafio é se transformar, ele próprio, em um dragão! E não é que dá certo? A menina, sem saber que aquele ali à sua frente é o pai, logo simpatiza com o dragãozinho… E assim o tempo passa, os dois crescem — sempre juntos e em meio a muita confusão —, até que chega o tão temido dia: aquele em que o dragão-mago precisa deixar a sua bruxinha abrir as próprias asas e seguir o seu caminho sozinha.
Gosto mto do catálogo da Cia. das Letras, eles sempre têm publicações excelentes. Estou querendo muito essa nova edição de Ulysses, há tempos tenho vontade de me aventurar a ler essa obra. ^^
ResponderExcluirbj
escrevendoloucamente.blogspot.com
Oi Aline!!!
ExcluirEu também sou muito fã da Cia das Letras, e assim como você, Ulysses é um dos livros que quero muito ler.
Beijo!
Carol =]
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