Estrada escura, de Dennis Lehane (Tradução de Fernanda Abreu)
Em 1998, o detetive Patrick Kenzie, de Boston, encontrou a menina Amanda McCready, então com quatro anos, e a arrancou do casal que a criava com segurança e afeto para devolvê-la à sua mãe biológica, uma mulher viciada em drogas e álcool. Doze anos depois, a precoce adolescente Amanda sumiu de novo, e Kenzie tem a chance de se redimir. Sua missão não será fácil. Em seu caminho, o detetive e sua parceira — e agora esposa — Angela Gennaro deparam com a máfia russa e com um sórdido emaranhado de crimes que incluem tráfico de bebês, falsificação de documentos e o roubo de uma relíquia histórica
A ponte invisível, de Julie Orringer (Tradução de Rubens Figueiredo)
O ano é 1937, e as vidas de Andras e Tibor Lévi estão prestes a ser radicalmente transformadas. Os jovens irmãos judeus, que já haviam emigrado do interior húngaro para trabalhar na capital Budapeste, têm diante de si um futuro promissor. Andras está de mudança para Paris, onde estudará na École Spéciale d’Architecture. Tibor pretende se matricular na faculdade de medicina de Modena, na Itália, assim que reunir o dinheiro necessário. Nascidos numa pequena cidade do leste da Hungria, Andras e Tibor nunca saíram do país e mal conseguem conter o entusiasmo. Contudo, a Europa que os aguarda — tensionada pela barbárie nazista e assolada pelo ódio antissemita — não é um lugar adequado para o otimismo.
Infiel, de Ayaan Hirsi Ali (Nova edição econômica; Tradução de Luiz A. de Araújo)
Em 2004, Ayaan Hirsi Ali foi ameaçada de morte por participar do filme Submissão, sob a situação da mulher muçulmana. No ano seguinte, a revista Time a incluiu entre as cem pessoas mais influentes do mundo. E assim essa jovem exilada somali, eleita deputada do parlamento holandês e conhecida por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e críticas ao fundamentalismo islâmico, tornou-se famosa mundialmente. Como foi possível para uma mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar a essa notoriedade no Ocidente? Em Infiel, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. Um relato de superação e crença profunda nos valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal.
A gênese da sociedade do espetáculo, de Christophe Charle (Tradução de Hildegard Feist)
A partir da década de 1860, o universo do teatro — o principal entretenimento das cidades europeias à época — foi ampliado consideravelmente. De um lado, há o aumento do número de salas e a criação de novos gêneros populares, e, de outro, a invenção da luz elétrica e o desenvolvimento das ferrovias, que possibilitaram a realização de espetáculos cada vez mais luxuosos para públicos crecentes. Nas grandes capitais essas transformações deram ensejo à formação de um conjunto diferenciado de profissões teatrais, composto da multidão de artistas, autores, técnicos e diretores envolvidos nas encenações. O historiador francês Christophe Charle investiga as origens sociais, a formação profissional e o desempenho econômico das pessoas responsáveis por tal boom teatral. O panorama sociológico delineado, além de iluminar aspectos obscuros da vida cultural europeia no século XIX, permite compreender os fundamentos históricos do império midiático que dominaria todo o planeta no século seguinte.
A vida está em outro lugar, de Milan Kundera (Tradução de Denise Rangé Barreto)
Jaromil cresce na Tchecoslováquia ocupada pelos nazistas. Para o júbilo de sua mãe, manifesta já na infância o dom de criar rimas. O menino pouco conhecerá o pai, que é preso pela Gestapo e morre num campo de concentração. Assim, é a mãe quem vai cuidar para que seja um grande poeta. O jovem, porém, se entusiasma com a revolução e põe sua arte a serviço da sociedade socialista. Para o desespero da mãe, ele não faz mais versos rimados. Agora redige palavras de ordem. O poeta quer ser livre e pertencer a algo maior, e ele não está sozinho. A seu lado estão Rimbaud, Lermontov, a poesia da afirmação, da embriaguez. Mas Jaromil nunca será verdadeiramente livre, pois o universo que o gestou não lhe permitirá emancipar-se de suas amarras.
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