domingo, 18 de janeiro de 2015

[ARTIGO] XI Bienal Internacional do Livro em Fortaleza, por Osmar Neto

Esta foi a primeira vez em que fui a uma Bienal. Posso dizer que fiquei assustado quando vi tantos livros espalhados em estandes. Uns livros com preços ótimos e outros com o mesmo preço das livrarias. Ao mesmo tempo fiquei encantado. Mal entrei no grande salão e já vi um Estande com livros da Cia das Letras, uma das minhas editoras preferidas. Nem pensei duas vezes, fui logo para lá. 

O Centro de Eventos de Fortaleza é um espaço enorme e os administradores resolveram juntar todos os salões em um só, o que fez com que tivesse bastante espaço para os estandes. Para onde você virava tinha uma multidão olhando livros que você também queria olhar. Não tinha como andar sem esbarrar em outra pessoa, e o pior era que ninguém pedia desculpas, apenas continuava andando. Dentro do grande salão haviam duas “praças”, lugares onde os visitantes poderiam se sentar e descansar.


Novos autores, como a fortalezense Larissa Barros Leal, também se encontravam no evento para fazer publicidade de seu livro Érica. Ela se encontrava no estande da editora Novo Século, contando a história de seu livro para todos que passavam por ela. E quem comprasse ou o levasse, ganharia um autografo. Larissa Barros Leal é uma garota nascida em 1996, estudante de medicina, que começou a escrever o livro Érica em 2011. Érica é seu romance de estreia. Nesse mesmo Estande, o livro Diário Póstumo de Charlotte estava sendo vendido, porém quando fui procurá-lo já havia esgotado o estoque. 

No lado de fora do grande salão, estava acontecendo uma pequena exposição de Moreira Campos. A exibição com fotos de quadros, fotografia, cartas e desenhos durou apenas até às cinco horas da tarde. Após isso, uma feira de cordéis e produtos nordestinos tomou conta do lugar. Cordéis, blusas, chapéus e estampas eram vendidas na pequena feira nordestina. Ao lado da feira, estava acontecendo um show, onde uma pessoa subia no palco e cantava uma música nordestina. 

Foi um pouco complicado encontrar livros atuais ou quase atuais com um preço bom. A maioria estava com o mesmo das livrarias. Mas por fim haviam dois estandes com livros de R$10,00. Comprei sete, não pude deixar escapar essa oportunidade. Livros que eu procurava loucamente, mas só encontrava a partir de R$40,00, neste Estande estava por R$10,00. E eles não estavam destruídos, como alguns podem pensar, muito pelo contrário, pareciam ter sido comprados de livrarias no mesmo dia. 

Na parte de trás de um dos estandes, estava um belo vestido azul representando o livro A Seleção, de Kiera Cass. Agora todos poderiam se tornar uma princesa de Iléa. Era só subir em uma pequena escada e colocar a sua cabeça em cima do manequim, fazendo parecer que você usava o vestido. Até mesmo quem não era fã ou nunca ouviu falar do livro, parou para tirar uma foto. Era um vestido diferente em três dias, pois repetiram um dos vestidos. Um dia foi um laranja representando A Elite, em outro foi um branco representando A Escolha, e no sábado e domingo foi o azul de A Seleção.

Por onde você ia, acabava encontrando alguém conhecido. Quando você não encontrava, eles é que lhe encontravam. Você encontrava pessoas que jamais pensou que veria em uma Bienal, como um antigo amigo que quando criança brincava de esconde-esconde no apartamento de sua tia. Ou a filha de uma amiga da sua mãe, que nunca havia mostrado interesse em livros quando mais nova. 

Havia um Estande onde foram pregados vários pôsteres de filmes e músicas, mas a maioria dos livros eram de Direito, Culinária ou Serviço Social. Você encontrar um livro de Literatura por lá, seria o mesmo que encontrar um alfinete no meio da palha. E ainda haviam estandes como o do Senac, que estavam vendendo livros que serviriam para estudos nos cursos de lá. A diversidade de estandes era enorme. Haviam também aqueles apenas para crianças, eram vários. E ainda aqueles de mangás e HQs. 

Um estande com dois homens vendendo um livro sobre o final inacabado de A Caverna do Dragão, se encontrava em uma ponta do grande salão. O nome do estande era “A Caverna do Dragão Agora tem Final”. Este é um livro independente, não é o verdadeiro final que todos queriam que tivesse sido escrito. 

Havia alguns estandes de religiões e doutrinas, como o do “Graal na Terra” onde eram vendidos livros sobre a mensagem do Graal. Para aqueles que não sabem o que é, aqui vai um pequeno trecho explicando: “O Santo Graal é uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Última Ceia”. Livros como A Grande Pirâmide Revela Seu Segredo, por Roselis von Sass e A Desconhecida Babilônia, por Roselis von Sass faziam parte da lista.

E é claro que não podiam faltar livros de filosofia. Havia os de bolso, que eram os mais procurados por seu baixo preço e mais fáceis de encontrar em vários estandes. E os livros maiores e mais caros, que só eram encontrados em estandes específicos. Dentro de um deles, estava um banner sobre um Curso Introdutório de Filosofia Prática, mostrando as datas e o que seria visto. Lógico que na maioria dos eventos que acontecem no Centro de Eventos, a Gracom não poderia ser deixada de fora. Seu Estande era bem espaçoso, pessoas podiam ir lá para tirar fotos com a estátua do Hulk, ou com o Darth Vader, sendo este último uma pessoa real fantasiada. 

No andar de cima do Centro de Eventos, estava ocorrendo uma seção de autógrafos com os autores: Renata Ventura com seu livro A Arma Escarlate; e Raphael Draccon com seu novo livro, publicado pelo selo Fantástica da Rocco, Cemitério de Dragões. Como eu não fui avisado de que eles estariam por lá no último dia, acabei não indo, transformando este em um momento de puro arrependimento. E fazendo companhia ao Raphael Draccon, sua esposa Carolina Munhóz, coautora de O Reino das Vozes que Não Se Calam, estava presente. 

Também tinha algumas lanchonetes, caso você sentisse fome, que ficaram abertas até o final do evento. Caso você não quisesse gastar muito dinheiro, também haviam pessoas independentes vendendo pipoca ou churros. E no final do grande salão estava um Estande fechado, VIP, da Santa Clara com um pequeno debate. Você podia beber café enquanto assistia a um debate sobre temas bastante discutíveis. Não tinha como ficar com fome, sede ou entediado por lá.


A XI Bienal Internacional do Livro em Fortaleza foi um evento enorme com bastante entretenimento. Quem não pode ir, se arrependeu. E quem foi, saiu sem um mísero dinheiro na carteira, porém com um enorme sorriso no rosto.

Para ver todas as fotos, acesse o nosso álbum no facebook.

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