quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

[Resenha] Puros, de Julianna Baggot

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Para quem gosta de uma distopia, Puros é uma excelente pedida. Para quem não gosta mito – como eu – senta que lá vem história. Escrito por Julianna Baggot, autora premiada e professora de Escrita Criativa na Universidade da Flórida, Puros seria uma perfeita fonte para uma produção cinematográfica.

Imagine o seguinte contexto: explosões devastam o mundo. Elas são tão poderosas que os sobreviventes acabam fundidos ao objeto a que estava perto de si. Não há comida e bebida descentes. Moradia tão pouco. Então, os sobreviventes tentam formar um grupo de resgate, que, com o passar do tempo, se transforma em um exército tirano que decide quem deve viver ou não. Somado a isto tudo, há também as bestas que devastam o que veem pela frente. Contrapondo este panorama; há, no alto da montanha mais alta, um lugar intocado. A ele, os sobreviventes chamam de Domo. Lá vivem os puros, pessoas que não sofreram com qualquer efeito que as tais explosões e vivem numa redoma de perfeição. Imaginou tudo isso?! Então, agora você tem o contexto de Puros.

Eu confesso que demorei um pouco para entrar de fato na história (até a página 50 eu ainda estava fazendo cara de “mas é possível?”). Mas não posso dizer que a narrativa é mal feita, pelo o contrário! Baggot é genial ao estruturar cada capítulo, cada fato. Ela tem uma escrita elaborada e ao mesmo tempo, fácil de ser entendida. Ao mesmo tempo, ela exige que o leitor se abra para imaginar cada passo de cada personagem. Aliás, vamos conhecê-las?!

Inicio do primeiro capítulo (clique para ampliar).

No primeiro capítulo, somos apresentados a Pressia, uma menina que tem, no lugar de uma das mãos, um punho de cabeça de boneca. Ela mora com o seu avô, e seus pais não sobreviveram às explosões. A garota é introduzida ao leitor junto com o seu drama: completar 16 anos e ser forçada a integrar parte do exército tirano da OBR – a Operação Bendita Revolução, que quer derrubar o Domo. Mais a diante, conhecemos Partridge, morador do Domo, filho de um dos homens mais importantes de lá, que está passando por um processo de codificação da sua genética para ser perfeito.

A história começa ganhar fôlego, quando Pressia foge da OBR e Partridge começa a tentar descobrir o seu passado – o que, aliás, vai contra as regras do Domo. Então, o leitor começa a torcer pelas personagens e travar uma relação de amor e ódio com elas! Quantas vezes não me peguei dizendo: “não acredito que você fez isso!”. E, bem, é melhor eu parar por aqui... (vocês não vão quer spoiler, certo?)

Surpreendente e criativo, Puros nos deixa com aquele gostinho de “quero mais”.

Livro: Puros
Autora: Julianna Barggot
Páginas: 368
Editora: Intrínseca
Sinopse: Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos da antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido: como um mundo com parques, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras e corpos mutilados. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir. Houve, porém, quem escapasse ileso do apocalipse. Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura. Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam - e continuarem vivos - precisarão unir suas forças.

Sobre a Autora:
Fernanda RodriguesFernanda Rodrigues é bacharela em Letras (Português e Inglês) e estudante do curso de Formação de Professores na USJT. Além de ser professora de Língua Inglesa, é louca por assuntos que envolvam a Literatura, as demais artes e o processo de ensino e aprendizagem. Escreve no Algumas Observações, no Escritos Humanos, no Teoria, Prática e Aprendizado e no Barbie Nerd

8 comentários:

  1. Eu gosto de distopias, confesso, mas depois de JV achei que virou um pouco moda. Mas enfim, os livros desse gênero até que tem me surpreendido.
    Foi justamente por estar saturada de distopias q não li ainda Puros. Sempre via a capa, a sinopse, mas tinha algo que não ia sabe?
    Gostei da sua resenha, pq me deu um novo panorama, é bom saber q o livro é bem escrito pois assim me da um ânimo a mais. Acho q vou dar uma chance a Puros ^^
    Eu acho a capa bem legal, e os personagens tbm parecem legais... espero gostar!
    Parabéns pela resenha :)
    Bjs
    Daiane
    http://www.nouniversodaliteratura.com/

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    1. Se você gosta de distopias, vai gostar! :D
      A capa é realmente linda! :D
      Ela tem um relevozinho. Um primor!

      Um beijo!

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  2. Eu quero ler mais distopias, mas até agora só li Delírio e Jogos Vorazes mesmo. Gostaria de ler Puros, assim como Starters e Destino.
    Clara
    @mmundodetinta
    maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br

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  3. Não é o tipo de livro que eu costumo ler, mas me parece apetitoso! adorei a resenha!

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    Respostas
    1. Também não costumo ler este tipo de livros, Luci. Tente lê-lo. Quem sabe você não gosta?!

      Beijos :*

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  4. Essa capa é linda. Ainda não tive a chance de ler o livro, e por enquanto não pretendo, mas parece ser uma ótima distópia.
    http://leituramagnifica.blogspot.com.br/

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