[Resenha] O Vampiro Lestat – As Crônicas Vampirescas.

“- Sou o vampiro Lestat. Sou Imortal. Mais ou menos. (...)

Tenho um metro e oitenta de altura, o que causava forte impressão nos idos de 1780 quando eu era um jovem mortal. Agora, não é nada de mais. Tenho cabelos louros e cheios que quase chegam ao ombro, mais para ondulados, que parecem brancos sob a luz fluorescente. Meus olhos são de cor cinza, mas absorvem facilmente as cores azul ou violeta das superfícies a seu redor. E tenho um nariz bem pequeno e estreito, uma boca bem desenhada, só que um pouco grande demais para meu rosto. Pode parecer muito cruel ou extremamente generosa a minha boca. Mas sempre parece sensual. Emoções e propósitos estão sempre refletidos em toda minha expressão. Tenho um rosto que está sempre animado.”

É assim que começa essa autobiografia do nosso querido e amado Lestat. Quem não se lembra do abominável vampiro que tornou Louis no que ele é? Sim, falamos do mesmo vampiro. Lestat.

Neste livro, ele resolve escrever sobre a sua vida humana e como ela era, sobre seus amigos, sobre seu amor por sua mãe e seu desprezo pelo seu pai e seus irmãos. Relata seu amor proibido com Nicolas, seu amigo de muitas noites de bebedeira e conversas sobre o bem e o mal, que muitas vezes aconteciam à luz de velas e ao som do violino que Nicolas tocava.

Lestat conta sobre seus medos, de como ele perdeu sua matilha de cães por causa dos lobos que assustavam a terras de seu pai, como ele decidiu tentar resolver o problema e como pensou que iria morrer com esse ataque.

Conta também sobre sua paixão pelo teatro italiano, que o fez fugir do castelo para viver como ator de rua. Narra tudo até chegar o momento em que sua vida muda: quando o vampiro Magnus o sequestra de seu quarto em Paris – que ele dividia com Nicolas –, o levando para um castelo para que ele se transformasse em vampiro. Um vampiro com mais força que qualquer recém-nascido teria. Magnus acaba com sua própria vida, deixando Lestat sozinho, tendo que aprender a conviver com sua nova força, com seus novos olhos, com seus medos e novos amores, aprender como se passar por humano outra vez.

Em cada linha, em cada parágrafo, o leitor aprende cada vez mais sobre o mundo dos vampiros e aprende a amar o jeito sarcástico, humorístico e instável de Lestat.

Suas duas primeiras crias foram sua mãe Gabrielle e seu amado Nicolas. Gabrielle virou um ser frio e um bicho do mato, Nicolas enlouqueceu e não demorou muito para que ele acabasse com sua vida.

A autora conta como o nosso querido vampiro, encontra Marius, o vampiro mais antigo que todos conhecem e assim ele nos conta a história dos primeiros vampiros, que eles se originam do Egito.

Lestat com sua música acorda a Rainha Akasha e assim começa mais uma aventura do nosso anti-herói. Deixado por Marius, Lestat se vê novamente sozinho no mundo.

A cada capitulo, você vive com Lestat sua aventura, até o momento que ele foi viver no novo mundo, Estados Unidos. E é assim que ele encontra com Louis e o transforma em vampiro.

Já em nosso século, Lestat resolve virar cantor de rock, com sua voz sobrenatural e sua beleza e mais o Dom das Trevas, seu sucesso com a banda Noite de Satã vira mundial, com milhões de CDs vendidos, shows lotados e tudo mais que Lestat sonhava. Novamente ele consegue acordar Akasha, porém dessa vez, ela se vira contra Marius e seu marido Enkil e vai atrás de Lestat para poder governar o mundo.

Anne Rice escreveu o que poderíamos considerar sua melhor obra das Crônicas Vampirescas. Ela descreve Lestat como ele é: seus amores, suas desilusões, fazendo que nós leitores nos apaixonarmos não só por Lestat, mas também por sua história.

Livro: O Vampiro Lestat 

Autor: Anne Rice

Editora: Rocco

Lançamento: 1985

Tradução: Reinaldo Guarany

Sobre a Autora:

Camila Comparini é Farmacêutica e Bioquímica formada pela Universidade Metodista de São Paulo. Adora ler, adora Literatura de Fantasia e Romance Policial e defende com unhas e dentes esse tipo de literatura.