domingo, 20 de outubro de 2013

Indicações da Semana #38 - Centenário de Vinicius de Moraes

Com a comemoração de ontem do centenário de Vinicius de Moraes, não poderíamos deixar de indicar três livros de um dos maiores ícones da nossa literatura. Confira abaixo:

Livro: O cinema de meus olhos
Autor: Vinicius de Moraes
Páginas: 312
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: "Terríveis são as viagens no tempo e O cinema de meus olhos é uma delas. Terríveis hoje em dia, pois remetem a um passado que era quase um futuro, um passado que se mostra muito mais refinado que estes duros choques do presente. O cinema era uma seqüela do sonho e virou um trem fantasma envenenado, uma sucursal da guerra. Nesta viagem no tempo que são as crônicas de Vinicius, vemos que o cinema já teve uma alma, e que mesmo os mais comerciais produtos de Hollywood tinham inocência. Como era delicado o mundo sem a televisão... As imagens se moviam com um desejo de permanência, que hoje a poluição visual da "iconosfera" massacrou. Que poderemos ver, se tudo é uma horda infernal de imagens uivando por um lugar ao sol da mídia? Só o silêncio poderá salvar-nos desta gritaria. "Quando Vinicius ia ao cinema, a imagem era uma esperança, não um ferro-velho se amontoando em nossos olhos. Cada fotograma aspirava a um sentido, cada filme buscava uma remissão. A "Arte" ainda era uma força revolucionária. Um mundo belo e ingênuo fluía nas telas dos odeons, dos palácios, dos politeamas, dos roxies, dos rians, enquanto Vinicius andava de bicicleta com Rubem Braga no Leblon. O cinema tinha aura, hoje não tem mais. Antes éramos fans, hoje somos targets. Antes íamos sonhar no escuro, hoje vamos nos aturdir mais que na rua. Hoje toda fotografia é genial e todo filme uma droga. Mas não pensem que as crônicas e críticas aqui contidas sejam repassadas de ingenuidade e inocência, ou toscas visões de um crítico amador. Vinicius demonstra uma noção do que é (ou do que poderia ter sido o cinema) que arroja na ignorância os videoclipeiros, os intoxicados tecnicistas de hoje, que pensam que tudo começou agora. A ignorância é hoje, inocência é hoje, numa arte que parece andar para trás quanto mais os meios técnicos se aprofundam. Hollywood ainda sonhava um sonho democrático, Hollywood ainda não era o exterminador do futuro do cinema. Ler as crônicas de Vinicius não é um passeio por um passado que acabou, é viajar a um futuro que não veio." Arnaldo Jabor

Livro: História natural de Pablo Neruda - A elegia que vem de longe
Autor: Vinicius de Moraes
Páginas: 80
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: Companheiros na literatura, no engajamento socialista e nos excessos etílicos e gastronômicos, Vinicius de Moraes e Pablo Neruda cultivaram uma longa amizade, até a morte do poeta chileno, em 23 de setembro de 1973, doze dias depois do golpe militar que derrubou Salvador Allende. Escrita em outubro daquele ano, "com muito amor e muita dor", esta História natural de Pablo Neruda é uma pequena homenagem de Vinicius ao amigo poeta. Em poemas que variam do elegíaco ao documentário e ao cômico, Vinicius relembra episódios da vida de Neruda e da amizade entre os dois: a infância na cidade de Temuco, com "olhos de irônica baleia sonolenta"; as esposas de Pablo e as mulheres que os dois compartilharam; as recordações de viagens, festas e jantares dos anos 40 e 60, em companhia de grandes figuras da época; e a afinidade política e o exílio de Pablo durante o regime anticomunista de González Videla. Lançada em 1974 pelas Edições Macunaíma, de Salvador, numa edição artesanal de trezentos exemplares, esta é a primeira edição comercial da obra, com as xilogravuras originais de Calasans Neto e uma sobrecapa que se transforma num belo pôster. O livro conta também com uma apresentação de Ferreira Gullar, exilado no Chile quando morreu Neruda.

Livro: Jazz & Co.
Autor: Vinicius de Moraes
Páginas: 152
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: Diplomata a ocupar seu primeiro posto no exterior (como vice-cônsul), Vinicius de Moraes desembarcou em Los Angeles, na Califórnia, em 1946, e ali passaria os cinco anos seguintes. Foi um período em que, além de conviver com a colônia artística brasileira radicada em Hollywood - em que Carmen Miranda brilhava como o seu centro gravitacional - e com nomes do cinema americano, como Orson Welles, Vinicius começou a se embrenhar em um novo universo musical: o jazz. Fascinado pela sofrida história dos negros americanos e mesmerizado pela variedade de ritmos da música que emergiu do cruzamento da cultura dos escravos e dos colonizadores europeus, o futuro compositor da bossa nova frequentou clubes, estúdios de gravação e lojas de disco especializadas, além de fazer camaradagem com dezenas de músicos, compositores e amantes desse gênero musical. Com textos pouco conhecidos garimpados por Eucanaã Ferraz e um projeto gráfico do estúdio warrakloureiro que retoma a linguagem da era de ouro dos álbuns de jazz (de selos como Blue Note e outros), Jazz & Co. celebra Vinicius de Moraes com tudo aquilo que distinguiu o autor: música, literatura e muita beleza.

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